28 de setembro de 2010

Não é um adeus... é um até breve!



Peço desde já desculpa a todos, mas este post vai ser escrito na 1ª e 2ª pessoa!!! Estive para não escrever nada em relação a este assunto, pois tinha o receio de tornar isto meio lamechas e saudosista. No entanto não fui capaz de deixar de escrever e parece-me que não vou ser capaz do resto também...



Zézinho, ontem deste-me a grande novidade que vais emigrar... Vais para Inglaterra... para a ilha! 



Decorria o ano de 2001, quando te conheci... Já estava instalado em casa do Beto quando lá apareceu um artista de Cubos (até esse dia tal terra era totalmente desconhecida para mim) para dividir casa connosco. Lentamente foi-se criando uma relação entre nós... 
Lembro-me perfeitamente das tardes e noites passadas a jogar Street Figther vs Anime no meu PC, das idas ao velhinho para jogar bilhar, ou pimbal, ou matrecos com os putos do secundário, das guitarradas à janela (aquelas serenatas às vizinhas dos pijamas são míticas), das noitadas de copos, das noites de queima, dos nossos cortejos (tu vinhas com a malta de electro porque o pessoal do ISEC era meio routo), etc, etc, etc...

Depois veio a mudança de casa, onde formamos nova "família", desta vez com o Vitinho, mais conhecido por estúpido (claro que tinhas de ser tu a baptiza-lo). Aquela casa mais parecia uma casa de malucos... Também comigo a liderar as hostes o que se haveria de esperar? Cenas como as lan-partys de Call of Duty com o Vitor (o outro, não eu) a berrar para agente parar de andar atrás dele para o matar, ou as batalhas com os rolos de papel higiénico eram nota dominante. 

Andamos nisto dois anos até que nos abandonaste... Mais uma maluqueira da tua parte e lá foste tu comprar casa! Continuamos a vermo-nos regularmente... Vivias em Coimbra e jogavamos à bola juntos, por isso era fácil pôr-te a vista em cima!

Apesar de não vivermos juntos nesse ano os laços mantiveram-se e arrisco-me a dizer que se fortaleceram... A grande prova disso foi o que escreveste no raio da minha fita nesse ano... Acho que nunca contei a ninguém, nem mesmo a ti, mas aquilo marcou-me muito e lembro-me exactamente do que lá está...
Posso perder as minhas fitas todas, com as dedicatórias e todas as palavras de amizade e carinho de todos os que lá escreveram, mas a frase "és como o irmão que eu nunca tive" vai estar para sempre gravada em mim!


E és meu irmão... 
Como te disse no mail que enviei no meu dia de anos, és o único irmão que tenho que tem apelido Santos e não Ferreira! Faças o que fizeres, vais ter de me aturar para o resto da tua vida!!!

E como um irmão neste momento sinto um misto de felicidade e tristeza.
Se por um lado é óbvio que fico feliz por te ver sonhar, ter projectos, acreditar, etc., por outro fico triste por saber que não estarás aqui. Parece estupido dizer isto de um gajo que eu não vejo há praticamente 4 anos (isto contado ninguém acredita). Mas neste caso é diferente... Se a malta não se vê há esse tempo todo é mais por preguiça, comodismo, falta de oportunidade, ou mesmo até falta de necessidade (ambos sabemos que se precisarmos um estará com o outro). Agora é diferente... Será mais que meia duzia de kilometros a separar-nos!

Não digo que vou ter mais saudades, porque já as tenho... Sei que voltarás para nos contagiar com o teu sorriso e a tua alegria... até lá, fico a torcer por ti e fico na sombra à espera que tudo te corra bem... à espera que alcances os teus sonhos e realizes tudo aquilo a que te propões!


Quero acabar com uma frase que alguém me disse no longícuo ano 2000, quando entrei para a Universidade em Coimbra (nos últimos tempos é a 2ª vez que a uso):
"Vai e sê feliz... nós ficaremos na retaguarda a torcer e a rezar por ti e à espera que voltes."


Amigo e irmão, estarei cá quando voltares... no sucesso ou no fracasso terei sempre pouco para te dar, mas sabes que podes contar sempre comigo...


Grande abraço,
Vitor

15 comentários:

Inês disse...

Nos últimos tempos também ouvi essa frase de ti :) é muito bom sentir que estão "na retaguarda" a apoiar-nos quando estamos longe.

Muito obrigada! Tenho a certeza que o teu amigo gostou e bem de ler isto...

Vitor Hugo disse...

Não sei porque agradeces... ;)

Beijo pa ti...

Dogus disse...

Duas coisas:

1 - quando falaste do artista de Cubos JURO que pensei que era um tipo que fazia cubos mágicos. Mas isso é lá terra?!?

2 - Acho que devemos parar imediatamente de arranjar mais irmãos e filhos aos nossos país! Que me lembre, tens este, a Carla tem duas, eu tenho mais um, sei lá quantos tem o cutchie!!! Aviso já: não compro prendas no Natal para irmãos bastardos que só tu arranjas... ;)

Abraço

Vitor Hugo disse...

Eu só tenho um.... a Carlita tem uma carrada deles, ou melhor, delas...

CarlaFerreiraMendes disse...

Tchiii que exagero, não são assim tantas :P

Anônimo disse...
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José Santos disse...

Vitinho, já te agradeci pelas palavras que ternamente me dirigiste, mas vou voltar a faze-lo uma e outra vez, e vou voltar a este espaço sempre que sentir necessidade de voltar a sentir um carinho uma luz que me guie por mais algum tempo, porque eu sei que vou precisar… só quem nunca esteve longe de tudo é que não dá valor aos pequenos momentos passados na companhia daqueles que nos querem bem e nos fazem felizes…
Passei por aqui principalmente para recordar mais uma pequena historia que partilhamos, lembras-te quando te fomos levar à maia, que depois fomos almoçar os 4, eu, tu, o sengo e o estúpido, fomos em hora de ponta e só arranjamos uma mesa, nisto quando o sengo chegou com o tabuleiro o espaço na mesa era pouco, logo só coube metade da bandeja… estava ele a pegar nos talheres quando o tabuleiro se vira pras calças… ficou cheiinho de massa nas calças… foi lindo… tou farto de me rir sozinho…
Lembras-te daquela vez que viemos eu, tu e o caloiro no micra do tope? Quase nem andava ia a raspar por baixo eheh
E quando o cigano bateu com a carrinha à nossa porta, que o pai do caloiro foi lá emprestar o telemóvel…
Aquele jantar lindo em família eu, tu o beto e o joca… ainda me lembro como se fosse hoje… tu a vomitares cá em baixo ( tinha-te caído mal a comida eheh)
As tardes passadas no tasco da tua sogra… ai como eu gozava nessa altura… lol
Aquelas guerras em casa com papel higiénico eram míticas, a verdade é que tu acabavas sempre lesionado é que o caloiro ficava brutito lol, outros tempos que merecem ser recordados, que mais não seja para nos pôr um sorriso na cara xD

José Santos disse...

E já que tocaram no nome da minha bela aldeia vou deixar algumas palavrinhas, porque Cubos é tão especial, para quem vive ou já viveu por estas paragens. Aqui não há paisagens belas, rio, monumentos, ou qualquer local que mereça destaque, na verdade a riqueza desta terra são as suas gentes, gentes do campo, gente humilde, trabalhadora, gente sempre com uma palavra amiga para dar, gentes que comungam do mesmo espírito de luta e de vontade de viver, onde ricos e pobres se juntam a cear à mesma mesa, onde ninguém vive nas ruas, onde quem tem fome ou frio terá sempre um prato de comida quente trazido por um vizinho ou por um qualquer conhecido, onde as roupas que já não servem não vão para o lixo mas sim para casa de outra pessoa para quem as mesmas ainda possam ter utilidade, onde os velhinhos não são deixados ao abandono, e até conseguem ter alguma qualidade de vida mesmo com uns míseros 200euros de reforma. Terra onde todos se conhecem pelo nome, onde palavras como stress, depressão ou guerra apenas são ouvidas pela televisão, onde se valoriza e respeita as pessoas com mais idade, onde as pessoas trabalham a terra até ao fim dos seus dias sem procurar louvores ou reconhecimento apenas porque gostam da paz, tranquilidade e harmonia que somente a vida do campo lhes pode proporcionar. Terra onde se partilham os produtos excedentários com os amigos sem pedir nada em troca, onde se ajuda os vizinhos ou amigos em troca de uns momentos “para mais tarde recordar”, ou um simples copo de vinho caseiro, onde as pessoas sabem que a palavra “lar” corresponde à casa onde sempre moraram e na qual vão acabar os seus dias ao redor da família que sempre protegeram e amaram. Por tudo isto esta é a minha terra que defendo e defenderei enquanto esta se mantiver com estes valores. Tudo isto para te dizer Vitinho que és sempre bem-vindo a estas paragens ainda mais agora já com viatura (cuidado que aqui à ruas estreitas e muito vinho) lol.

Dogus disse...

Amigo Zé,

(Amigo do meu Amigo, meu Amigo é... se bem que o meu irmão é meio tonto),

o objectivo não era (de todo!) ofender a tua terra. Penso que percebeste, mas é mesmo só para confirmar. A verdade é que não conhecia a terra e a primeira coisa que me veio à cabeça, por mais parvo que seja, foram mesmo... os cubos mágicos :)

Um abraço e boa sorte por terras de Sua Majestade!

Vitor Hugo disse...

Lembro-me perfeitamente do que referes... :)

Ainda da ultima vez que tive com o Vitinho (o estupido) nos rimos que nem uns perdidos à conta desse prato de massa!!!

A cena do Micra tb é mítica... na altura eras o mais magrinho (com 100 kilos), agora esquece lá isso... :P

O jantar de Natal em casa do Beto é outra... foi das últimas vezes que vomitei por beber tanto... O Joca (nunca mais vi tal personagem) também ficou num lindo estado...
A cena final com a policia a bater-nos à porta também só visto...


Há tantas histórias e episódios para contar que um dia conseguiria-mos escrever um livro!!!


Abraço amigo,
Vitor

Vitor Hugo disse...

Eu confirmo o que o Zé diz da terra dele...

é tudo boa gente... ou "quase"!!!

Eu para beber à borla no tasco (isto é veridico e o Zé pode confirmar) tive de dizer que era do Benfica!!!
Tanto que eu e o Zé nos divertimos à conta disso nesse fim de semana...

Dogus disse...

Isso é o início da conversão!!! DEUS é GRANDE!!! Mudas-te completamente quando estiveres quase a morrer à sede, vais ver... :)

Vitor Hugo disse...

não é conversão... é sentido de oportunidade!!!!

E este episódio já tem 4 anos e nunca mais repeti a cena para não me contaminar... :P

José Santos disse...

É verdade amigo Paulo, ele por breves momentos sentiu o que é ser benfiquista e adorou! Depois entrou novamente em negação! eheh Ainda me lembro do paulinho (benfiquista ferrenho de cubos) a discutir com o Vitor que o benfica tinha sido constantemente prejudicado pelas arbitragens... e o Vitor a concordar... devia ter filmado... mais duas semanas aqui e convertias-te!

Vitor Hugo disse...

eu não sou como o meu irmão... não sou um vendido!!!