Peço desde já desculpa a todos, mas este post vai ser escrito na 1ª e 2ª pessoa!!! Estive para não escrever nada em relação a este assunto, pois tinha o receio de tornar isto meio lamechas e saudosista. No entanto não fui capaz de deixar de escrever e parece-me que não vou ser capaz do resto também...
Zézinho, ontem deste-me a grande novidade que vais emigrar... Vais para Inglaterra... para a ilha!
Decorria o ano de 2001, quando te conheci... Já estava instalado em casa do Beto quando lá apareceu um artista de Cubos (até esse dia tal terra era totalmente desconhecida para mim) para dividir casa connosco. Lentamente foi-se criando uma relação entre nós...
Lembro-me perfeitamente das tardes e noites passadas a jogar Street Figther vs Anime no meu PC, das idas ao velhinho para jogar bilhar, ou pimbal, ou matrecos com os putos do secundário, das guitarradas à janela (aquelas serenatas às vizinhas dos pijamas são míticas), das noitadas de copos, das noites de queima, dos nossos cortejos (tu vinhas com a malta de electro porque o pessoal do ISEC era meio routo), etc, etc, etc...
Depois veio a mudança de casa, onde formamos nova "família", desta vez com o Vitinho, mais conhecido por estúpido (claro que tinhas de ser tu a baptiza-lo). Aquela casa mais parecia uma casa de malucos... Também comigo a liderar as hostes o que se haveria de esperar? Cenas como as lan-partys de Call of Duty com o Vitor (o outro, não eu) a berrar para agente parar de andar atrás dele para o matar, ou as batalhas com os rolos de papel higiénico eram nota dominante.
Andamos nisto dois anos até que nos abandonaste... Mais uma maluqueira da tua parte e lá foste tu comprar casa! Continuamos a vermo-nos regularmente... Vivias em Coimbra e jogavamos à bola juntos, por isso era fácil pôr-te a vista em cima!
Apesar de não vivermos juntos nesse ano os laços mantiveram-se e arrisco-me a dizer que se fortaleceram... A grande prova disso foi o que escreveste no raio da minha fita nesse ano... Acho que nunca contei a ninguém, nem mesmo a ti, mas aquilo marcou-me muito e lembro-me exactamente do que lá está...
Posso perder as minhas fitas todas, com as dedicatórias e todas as palavras de amizade e carinho de todos os que lá escreveram, mas a frase "és como o irmão que eu nunca tive" vai estar para sempre gravada em mim!
E és meu irmão...
Como te disse no mail que enviei no meu dia de anos, és o único irmão que tenho que tem apelido Santos e não Ferreira! Faças o que fizeres, vais ter de me aturar para o resto da tua vida!!!
E como um irmão neste momento sinto um misto de felicidade e tristeza.
Se por um lado é óbvio que fico feliz por te ver sonhar, ter projectos, acreditar, etc., por outro fico triste por saber que não estarás aqui. Parece estupido dizer isto de um gajo que eu não vejo há praticamente 4 anos (isto contado ninguém acredita). Mas neste caso é diferente... Se a malta não se vê há esse tempo todo é mais por preguiça, comodismo, falta de oportunidade, ou mesmo até falta de necessidade (ambos sabemos que se precisarmos um estará com o outro). Agora é diferente... Será mais que meia duzia de kilometros a separar-nos!
Não digo que vou ter mais saudades, porque já as tenho... Sei que voltarás para nos contagiar com o teu sorriso e a tua alegria... até lá, fico a torcer por ti e fico na sombra à espera que tudo te corra bem... à espera que alcances os teus sonhos e realizes tudo aquilo a que te propões!
Quero acabar com uma frase que alguém me disse no longícuo ano 2000, quando entrei para a Universidade em Coimbra (nos últimos tempos é a 2ª vez que a uso):
"Vai e sê feliz... nós ficaremos na retaguarda a torcer e a rezar por ti e à espera que voltes."
Amigo e irmão, estarei cá quando voltares... no sucesso ou no fracasso terei sempre pouco para te dar, mas sabes que podes contar sempre comigo...
Grande abraço,
Vitor