A Liturgia da Paixão do Senhor não tem a celebração da Eucaristia, mas apenas a distribuição da comunhão.
A Paixão do Senhor, não se pode tomar isoladamente, como um facto encerrado em si mesmo. É um dos momentos que constitui a Páscoa. Só se pode compreender à luz da Palavra de Deus.
A essa luz, a Paixão do “Servo sofredor” aparece-nos como uma obra em favor de todos nós.
Jesus surge não apenas como Vítima inocente e sofredora, mas também como Sacerdote. A Sua morte tem valor sacrificial, é um acto de mediação e causa de salvação. Não é tragédia, mas glorificação. A Cruz não é objecto de ignomínia, mas trono de glória!
A celebração deste dia, para além de uma introdução e conclusão silenciosa, tem três momentos distintos: A Liturgia da Palavra, a Adoração da Cruz e o Rito da Comunhão Eucarística.
Liturgia da Palavra
A segunda Leitura (Hebr 4,14-16;5,7-9), diz-nos que Jesus Cristo, o Filho de Deus feito Homem é o Único Sacerdote e Mediador entre Deus e a humanidade.
A Paixão segundo S. João, introduz-nos no mistério pascal.
Jesus morre no momento em que, no templo, se imolam os cordeiros destinados à celebração da Páscoa. A Sua imolação é uma imolação "real", um Sacrifício realizado uma vez por todas.
O objectivo de João, não é o de fazer uma crónica detalhada dos factos, mas alimentar
a fé dos discípulos e iluminá-los sobre o sentido do que aconteceu.
Fixemos a nossa meditação nalgumas características dessa narrativa.
Jesus era a "Luz", mas os homens amaram mais as trevas do que a "Luz", por isso O rejeitaram e condenaram.
O velho Anás orienta o processo de Jesus. Ele controlava toda a actividade no templo. Ele era o Sumo Sacerdote nesse ano e personifica quem ama as trevas e não suporta a "Luz", que expulsa os vendilhões do Templo.
Diante de Pilatos: Os judeus estão fora; Jesus está dentro; Pilatos no meio...
Terminada a noite iniciada com Judas ao sair do cenáculo, desperta um novo dia...
Ao meio dia: quando o sol brilha com mais intensidade, Pilatos proclama solene a Realeza: "Eis o vosso Rei".
Jesus em silêncio, aguarda a escolha de cada um...
O realce da Inscrição sobre a cruz: em várias linguas. É a confirmação solene e oficial da realeza de Jesus: Universal.
As Vestes são divididas em 4 lotes. A roupa representa a pessoa e o 4 representa os pontos cardeais. O Sacrifício de Cristo tem um valor universal.
A Mãe confiada ao Discípulo. Jesus convida a Mãe a acolher como filho todo discípulo que tem a coragem de seguir o Mestre até a Cruz e convida a Comunidade a considerar-se filha do Povo de Israel do qual Cristo nasceu.
A Morte de Jesus: Suave e serena, sem fenómenos... Cai o véu que impedia que o homem visse o rosto de Deus.
Contemplemos agora Jesus na cruz, pobre, fraco, que se entrega totalmente.
"Tenho sede".: Palavras exclusivas em João, lembram a água viva prometida à Samaritana.
O Espírito foi entregue... Explicita a relação entre o "Espírito" e do dom da água viva. Do lado aberto, “do seu coração brotará uma fonte de água viva” (cf. Jo 7, 37-38).
Adoração da Cruz
Eis o madeiro da Cruz! Vinde, adoremos!
Cruz fiel e redentora,
Árvore nobre, gloriosa!
Nenhuma outra nos deu
Tal ramagem, flor e fruto.
Doces cravos, doce lenho,
Doce fruto sustentais!
Rito da Comunhão Eucarística
Felizes os convidados, para a Ceia do Senhor!
“Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”
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