22 de outubro de 2012

Sabores de outono





Há sabores que são sazonais e que estão associados a algum período de tempo específico. O outono tem os seus sabores específicos, que facilmente associamos ao frio, à chuva e aos dias pequenos e cinzentos.

Por estes dias lembrei-me de alguns deles... tenho saudades!!!

As castanhas são um marco neste período, não há volta a dar! Quem me conhece sabe que eu adoro castanhas... Não interessa a maneira como são feitas. Eu gosto de todas as maneiras possíveis e imaginárias... Até cruas!
Ando com desejo... lembrei-me!!!
Lembrei-me de quando era novo (tão novo que quase nem me lembro) e vinha da escola do Rossio com o velho Manel e se se sentia o cheiro a castanhas assadas ao chegar à Praça do Giraldo. Às vezes e eram muitas as vezes, lá havia um mimo para os netos e um cartuxo vinha para as nossas mãos. Sabiam bem... nem sempre era boas, mas sabiam muito bem...
Lembrei-me das vezes em que se chegava a casa da velha Fina e pairava no ar o cheiro a ervas doces... No fim da refeição lá estavam as castanhas cozidas à nossa espera. Davam muito trabalho a arranjar, mas sabiam muito bem...

Outro sabor que sempre associei ao outono foi o sabor das romãs... No norte não se come romãs, nem se encontram facilmente. Aqui as pessoas são impacientes e não conseguem ter tempo para arranjar tal fruto.
Ando com desejo... lembrei-me!!!
Lembrei-me das vezes que chegados a casa dos avós paternos a taça cheia de baguinhos vermelhos coloria o armário por detrás da mesa. Lá ia-mos nós roubar umas quantas, enchendo a boca daquele saboro fruto. A taça tinha levado pelo menos duas horas a encher, mas não havia problema... se começassem a ser poucas o ti Manel lá ia arranjar mais uma ou duas para que não faltassem... Às vezes eram amargas e tínhamos de pôr açúcar, mas sabiam muito bem...

Com os dias a ficar mais pequenos, brincava-se menos tempo na rua e chegava-se mais cedo a casa, logo o lanche era sempre maior, pois o jantar ainda estava longe. Os bolos acabadinhos de fazer eram muito mais frequentes.
Ando com desejo... lembrei-me!!!
Lembrei-me dos fins de semana em que ia para casa da avó Fina passar a tarde com ela. Era muito frequente ter de aparecer um bolo para nós... Afinal um lanche com o neto tinha sempre de ter um miminho. Adorava o bolo de requeijão... era algo mágico... algo que só a velha Fina sabia fazer! Às vezes o bolo estava mesmo quente e tinha de esperar bastante, mas sabiam muito bem...

Tenho saudades...
não tenho saudades de ser criança... o que lá vai, lá vai. Tenho saudades dos cheiros, dos sabores, mas principalmente deles... dos meus avós!!! É a eles que estão associados estes cheiros, sabores e recordações. A dedicação, os mimos e os sorrisos podiam nem sempre ser evidentes, mas estavam sempre lá e sabiam muito bem...

12 de outubro de 2012

Roupa lisa


Endomar, passar a ferro, dar a ferro são alguns dor termos utilizados para o acto de pegar num ferro de engomar quente e tirar as rugas da roupa. Sim, é disso que se trata: TIRAR RUGAS DE ROUPA.

Como prometido hoje vou fazer uma breve dicertação sobre o tema!

Como é do conhecimento quase geral, eu (como grande parte dos homens) detesto passar a ferro! Estar ali especado a esticar roupa não é para mim. Para mim é contraproducente passar tanto tempo a tentar deixar a roupa impecávelmente lisa para depois vestir e passado 2 minutos estar igual ou pior do que estava. Sim, porque é isto que acontece... Um homem depois de vestir umas calças impecavelmente passadas a ferro e impecavelmente vincadas demora 2 minutos (se tanto) a lixar o trabalho todo. Basta sentar-se para se calçar ou sentar-se no carro para conduzir que fica logo todo o trabalho estragado.

De qualquer forma se ainda for para parecer uma pessoa toda direitinha e decente ainda dou o desconto... Ridiculo mesmo é passar a ferro coisas como: 
  • roupa interior - aquilo é para usar debaixo da roupa... o cu não se vai queixar com os vincos
  • lençois - deita-se e 5 minutos depois está pior do que quando saiu da máquina de lavar
  • toalhas - deve ser para a casa de banho não se queixar
  • lenços - para os burriés (vulgo macacos) terem uma caminha lisa
  • camisolas interiores - não vá alguém reparar nos vincos

Como vivo sozinho há 12 anos e sempre detestei passar a ferro fui arranjando "técnicas" para evitar ao máximo o martirio de pegar no ferro.
Primeiro, tentar não comprar roupa que custe muito a passar (existem tecidos que por muito que se queira aquilo parece sempre que acabou de sair do cu de um burro). Se se tiver dessa roupa usa-la o menos possivel.
Segundo, esticar muito bem a roupa quando de estende de maneira a que ganhe poucas rugas (as T-shirts bem estendidas não precisam de ferro... garanto)
Terceiro, não passar coisas desnecessárias como toalhas, lenções, pijamas, roupa interior, etc...


Existem ainda algumas possibilidades para se safar do ferro:
   - arranjar uma mulher que goste de o fazer (também dificil de encontrar). Tem o grande inconveniente que não dá jeito viver o resto da vida com alguém só porque gosta e sabe passar a ferro.
  - pagar a alguém para passar a ferro. Pode-se tornar dispendioso e o trabalho ficar uma valente merda.
  - deixar tudo na lavandaria. Se se for mesmo muito rico pode-se fazer, mas certezas que fica bem feito também não há muitas.


Eu continuo a preferir ficar com a mulher que amo, não gastar dinheiro, usar algumas "técnicas" que me facilitam a vida e, verdade seja dita, pedir ajuda para as peças mais dificeis como as camisas e as calças vincadas.