25 de março de 2011

Vivendo a Quaresma - 3º Domingo

A Quaresma, sendo  um tempo de penitência  e de conversão, é também, um tempo de preparação  para os baptismos, que vão acontecer Vigília Pascal. Era assim na Igreja primitiva e é assim nos nossos dias.
Por isso, nestes três domingos, que antecedem a Semana Santa, aparece sempre o tema do Baptismo com os símbolos:
                                    - da Água, no diálogo com a Samaritana
                                    - da Luz, na Cura do Cego
                                    - da Vida, na ressurreição de Lázaro

A ÁGUA, que representa o milagre da VIDA, está no centro da Liturgia deste Domingo.
Água no sentido material, que acalma temporariamente a sede física, na 1ª leitura, e a água no sentido figurado, que jorra para a vida eterna, saciando plenamente a nossa sede de felicidade, no Evangelho.


1ª Leitura – Ex 17,3-7
                                                
O texto que nos é proposto pertence às chamadas “tradições sobre a libertação”.
São de tradições que narram a libertação dos hebreus do Egipto (por acção de Jahwéh e do seu servo Moisés) e a caminhada pelo deserto até ao Sinai.
Este episódio reproduz as vicissitudes e as dificuldades da caminhada histórica do Povo de Deus.
Desde que o Povo fugiu do Egipto, até chegar a Massa/Meribá, segundo os autores do relato, o Senhor Deus manifestou, de variadíssimas formas, o Seu amor por Israel.
Exemplo disso foi a travessia do mar (cf. Ex 14,15-31), foi o episódio da água salobra transformada em água doce (cf. Ex 15,22-27), foi o episódio do maná e das codornizes (cf. Ex 16,1-20)…
Estes episódios, demonstram o empenho de Deus em conduzir o seu Povo para a liberdade, transformando a  experiência de morte numa experiência de vida…
Depois dessas experiências, Israel não deveria ter qualquer dúvida sobre o seu projecto de libertação. Mas isso não aconteceu. E eis que perante as dificuldades da caminhada, o Povo esquece tudo e tem dúvidas. A falta de confiança em Deus conduz ao desespero e à revolta; chega até a suspeitar que a libertação do Egipto possa ter sido uma armadilha.
As últimas palavras da leitura, são a síntese da provocação do povo: «O Senhor está ou não no meio de nós?».
A este desafio, Deus que entende a fragilidade humana e sabe que há momentos nos quais é difícil continuar a acreditar, ouve os protestos do Povo e convida Moisés a pegar na vara (a mesma vara com que fustigou o Nilo) e ordena-lhe que faça brotar água da rocha. Deus poderia ter resolvido o problema da falta de água sugerindo ao Povo que seguisse a direcção de um oásis ou indicando onde escavar um poço, acção que originaria a acção do próprio Povo. Mas não!
Escolheu a forma de um sinal prodigioso para mostrar aos israelitas que a água não era produto dos seus esforços, da sua habilidade: era um dom de Deus e era absolutamente de graça.
O local onde este episódio aconteceu tomou o nome de Massa e Meriba, palavras que em hebraico, significam tentação e discussão.

A caminhada dos hebreus pelo deserto é parecida com a nossa caminhada pela vida.
Cada um de nós, certamente que já fez a experiência do contacto com Deus que liberta e que salva. E quantas vezes,  ao longo da travessia do deserto que é a nossa vida, somos confrontados com a nossa pequenez e as nossas limitações…
Por vezes o sofrimento e o desencanto fazem-nos duvidar da bondade de Deus, do seu amor, do seu projecto para nos salvar e para nos conduzir em direcção à verdadeira felicidade.
A Palavra de Deus deste domingo garante-nos duas coisas:
- Deus nunca abandona o seu Povo que caminha pela história…
- Ele está ao nosso lado, em cada passo da caminhada, para nos oferecer gratuitamente e com amor a água que mata a nossa sede de vida e de felicidade.


2ª Leitura –  Rom 5,1-2.5-8

Quando Paulo escreve a carta aos Romanos, está a terminar a sua terceira viagem missionária e prepara-se para partir para Jerusalém. Estamos por volta do ano 57 ou 58.
O Apóstolo sentia que tinha terminado a sua missão no oriente (cf. Rom 15,19-20) e era seu desejo levar o Evangelho a todo o lado, nomeadamente ao ocidente.
Na carta, Paulo reafirma que Deus derrama sempre o Seu Amor nos nossos corações.
O texto de hoje, convida-nos a contemplar o amor de Deus que nunca desiste dos homens e que sempre encontrou formas de ir seu encontro, de caminhar com eles.
Hoje, Deus continua a amar e a fazer propostas de vida. Continua a manifestar um amor gratuito e incondicional, que se traduz na dádiva de dons não merecidos, mas que, uma vez acolhidos, conduzem à felicidade total.
Nos tempos em que vivemos parece estar na moda uma atitude de indiferença a Deus, ao Seu amor e às Suas propostas.
Preocupamo-nos mais com os resultados da última jornada da Liga de futebol, com a “telenovela das nove”, com as quedas ou subidas da Bolsa, com a crise política, com a existência de uma “geração à rasca” que não vê um caminho rápido e seguro para conseguir uma carreira profissional do que com Deus e com o Seu amor.
Nesta Quaresma, não será tempo de redescobrirmos Deus que nos ama, de reconhecermos o Seu empenho em nos conduzir à felicidade plena e de aceitarmos a proposta que Ele nos faz?

Evangelho – Jo 4,5-42

O Evangelho deste domingo situa-nos junto de um poço, na cidade samaritana de Sicar.
No centro da cena, está o “poço de Jacob”. À volta do “poço” movimentam-se as personagens principais: Jesus e a samaritana.
O “poço” representa a Lei e o sistema religioso à volta do qual girava a experiência religiosa dos samaritanos que no entanto eles próprios reconheciam insuficiente e procuravam a vida plena noutras propostas religiosas. Talvez por isso, Jesus fez referência aos “cinco maridos” que a mulher já tivera. Provavelmente é uma alusão aos cinco deuses dos samaritanos de que a Sagrada Escritura fala em 2 Re 17,29.
A mulher (aqui apresentada sem nome próprio, talvez seja interessante dar-lhe o nosso nome) representa a Samaria (a nossa sociedade), que procura desesperadamente a água que é capaz de matar a sede da vida plena. Ela dá-se conta de que essa água mata a sede por instantes mas porque não a sacia totalmente, volta a ter sede.
E eis a novidade que entra em acção – Jesus!
Ele senta-se “junto do poço” e oferece à mulher (Samaria) uma “água viva”, que matará definitivamente a sua sede de vida eterna.

Jesus passa a ser o “novo poço”, onde todos os que têm sede  encontrarão resposta para a saciar.
A “água viva” de que Jesus fala faz-nos pensar no baptismo.
Para cada um de nós, esse foi o começo de uma caminhada com Jesus…
Nessa altura acolhemos em nós o Espírito que transforma, que renova, que faz de nós “filhos de Deus” e que nos leva ao encontro da vida plena e definitiva.
Neste Domingo, pergunto-me: A minha vida de cristão tem sido, verdadeiramente, coerente com essa vida nova que então recebi? O compromisso que então assumi ou outros por mim e que renovei no dia do Crisma, é algo esquecido e sem significado, ou é uma realidade que marca a minha vida?
Reparemos no pormenor do “cântaro” abandonado pela samaritana, depois de se encontrar com Jesus…
O “cântaro” representa tudo aquilo que nos dá acesso às propostas limitadas, falíveis e incompletas de felicidade.
O abandono do “cântaro” significa o romper com todos os esquemas de procura de felicidade egoísta, para abraçar a verdadeira e única proposta de Vida.
Nesta Quaresma, estou disposto a abandonar o “cântaro” da procura egoísta, parcial, incompleta, e a abrir o meu coração ao Espírito que Jesus me oferece uma vida nova?
A samaritana, depois de encontrar o “salvador do mundo” que traz a água que mata a sede de felicidade, não se ficou a gozar a sua descoberta. Ela correu para a cidade, a anunciar aos seus concidadãos a verdade que tinha encontrado.
Nesta Quaresma, eu sou, como ela, uma testemunha viva e entusiasmada da vida nova que encontrei em Jesus?

Durante a caminhada desta semana vou perguntar-me:
Tenho sede? De quê? De quem?
A que poço vou beber para matar a sede que sinto?
Sou capaz de gritar “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não sinta mais sede”



20 de março de 2011

Parabéns!!!


Esta Quaresma decidi que neste blog apenas haveriam os posts das reflexões dominicais. No entanto, hoje quebro esse silêncio. 
Hoje é dia de dar um beijinho à pessoa que é exemplo...
Hoje é dia de dar um beijinho à pessoa que é porto seguro...
Hoje é dia de dar um beijinho à pessoa que dá sem pedir nada em troca...
Hoje é dia de dar um beijinho à pessoa que ensinou e ensina...
Hoje é dia de dar um beijinho à pessoa que guia...
Hoje é dia de dar um beijinho à pessoa que me contagia com o seu sorriso...
Hoje é dia de dar um beijinho à pessoa que se sacrifica pelos outros...
Hoje é dia de dar um beijinho à pessoa que cuida...
Hoje é dia de dar um beijinho à pessoa que dá sentido à palavra "dar-se"...
Hoje é dia de dar um beijinho de parabéns à minha mãe!!!
 
Parabéns MÃE!
Amo-te,
Vitinho


19 de março de 2011

Vivendo a Quaresma - 2º Domingo


A nossa vida cristã pode ser comparada a uma caminhada que deve ser percorrida na escuta atenta de Deus, na observância  aos Seus planos.
A Quaresma é um momento forte para rever essa caminhada.
As Leituras bíblicas deste II Domingo da Quaresma ajudam-nos…

Na 1ª Leitura, (Gen 12,1-4)
                                   
Deus chama Abraão, convida-o a deixar a terra, a família e a partir para uma outra terra.
Deus oferece-lhe a Sua bênção e a promessa de uma família numerosa,   que será testemunha da Salvação de Deus diante de todos os povos.
Diante do desafio de Deus, Abraão pôs-se a caminho…
Abraão percebe o projecto de Deus segue-o de coração aberto.

 Este texto lembra-nos que por detrás da história da humanidade há DEUS que tem um projecto para cada um de nós e para o mundo e que esse projecto é de amor e de salvação… Quantas vezes O ignoramos e prescindimos das Suas orientações e propostas. Deus continua a vir ao nosso encontro, e desafia-nos a caminhar com Ele.
Estou disposto, estamos dispostos, a colaborar com esse Deus que tem um plano para todos e cada um de nós e a “embarcar” com Ele na construção de um mundo mais feliz?

Na 2ª Leitura, (2 Tim 1,8b-10)


Paulo exorta Timóteo a superar a sua timidez e a ser um modelo de fidelidade no testemunho da fé.
Provavelmente na altura em que o texto é escrito Timóteo é,  bispo de Éfeso.
Estamos no início das grandes perseguições; muitos cristãos estão desanimados e vacilam na fé. É preciso que os líderes das comunidades – entre os quais está Timóteo – mantenham o ânimo e ajudem as comunidades a enfrentar, com fortaleza, as dificuldades que se avizinham.
É preciso termos consciência de que nós, os crentes, somos hoje, aqui e agora, as testemunhas vivas de Deus e do Seu projecto para os homens e para o mundo.
Nada e muito menos o nosso comodismo, nos pode distrair dessa responsabilidade.
Os nossos contemporâneos, têm de encontrar em nós sinais vivos de Deus.
É verdade que não é fácil ser testemunha de Deus no mundo de hoje que ignora os apelos de Deus ou até manifesta desprezo pelos valores do Evangelho!
Mas também é verdade que as dificuldades não podem ser uma desculpa para nos demitirmos das nossas responsabilidades e de levarmos a sério a vocação a que Deus nos chama.

No Evangelho  (Mt 17,1-9)
 Com Jesus subamos à Montanha


Este Evangelho ensina-nos que Jesus é o Filho de Deus e que o projecto que Ele nos propõe vem de Deus.
Está construído sobre elementos simbólicos tirados do Antigo Testamento.
O monte situa-nos num contexto de revelação: é sempre num monte que Deus Se revela; e, em especial, é no cimo de um monte que Ele faz uma aliança com o seu Povo.
A mudança do rosto e as vestes de brancura resplandecente recordam o resplendor de Moisés, ao descer do Sinai depois de se encontrar com Deus e de ter as tábuas da Lei. (cf. Ex 34,29).
A nuvem, por sua vez, indica a presença de Deus: era na nuvem que Deus manifestava a sua presença, quando conduzia o seu Povo através do deserto (cf. Ex 40,35; Nm 9,18.22; 10,34).
Moisés e Elias representam a Lei e os Profetas (que anunciam Jesus e que permitem entender Jesus); mais, são personagens que, de acordo com a catequese judaica, deviam aparecer no “dia do Senhor”, quando se manifestasse a salvação definitiva (cf. Dt 18,15-18; Mal 3,22-23).
O temor e a perturbação dos discípulos são a reacção lógica de qualquer ser humano diante da manifestação da grandeza e da majestade de Deus. (Cf Ex 19,16; 20,18-21).
As tendas parecem aludir à “festa das tendas”, em que se celebrava o tempo do êxodo, quando o Povo de Deus habitou em “tendas”, no deserto.

O relato da transfiguração de Jesus é antecedido do primeiro anúncio da paixão (cf. Mt 16,21-23).
O caminho da salvação esperado pelos discípulos é bem diferente…
Por isso, ficam profundamente desanimados. A aventura parece caminhar  para um grande fracasso.  Para fortalecer o ânimo abalado dos discípulos, Jesus toma consigo Pedro, Tiago e João, e revela-lhes no Monte Tabor a glória da Sua divindade.
Após um momento de medo, reencontram a paz e a alegria.

Com a TRANSFIGURAÇÃO, Mateus quer ensinar-nos duas coisas:
               - Revelar  QUEM É JESUS:   É "o Filho amado do Pai" e
               - Convidar: Escutem o que ele diz.

Pela TRANSFIGURAÇÃO, Deus demonstra que uma existência feita dom não é fracasso, mesmo que termina na cruz.
A vida plena espera no final do caminho, todos os que forem capazes de pôr a sua vida ao serviço dos irmãos, à semelhança de Jesus.
O Prefácio da Missa, resume todo o sentido deste Domingo: "Depois de anunciar aos discípulos a sua morte, manifestou-lhes no monte santo o esplendor da sua glória, para mostrar, com o testemunho da Lei e dos Profetas, que pela sua paixão alcançaria a glória da ressurreição.”
(a transfiguração, por Rafael)

Também nós somos chamados a uma caminhada, que começa com o BAPTISMO.
No final dessa viagem, seremos envolvidos pela mesma "nuvem luminosa", que envolveu o Mestre e brilharemos como o sol no reino do Pai.

O Papa enviou-nos uma extraordinária  Mensagem Quaresmal, que inicia com as Palavras de S. Paulo: “Sepultados com ele  no BAPTISMO, foi também com ele que ressuscitastes". (Cl 2,12)

Em resumo,  A TRANSFIGURAÇÃO do Senhor antecipa a Ressurreição e anuncia a divinização do homem. Conduz-nos a um alto Monte para acolher de novo em Cristo, como filhos no Filho, o dom da Graça de Deus: "Este é o meu Filho amado: Escutai-o".
Descendo do Tabor, voltemos à realidade diária

Os três discípulos, que testemunharam a transfiguração, parecem não ter muita vontade de “descer à terra” e enfrentar o mundo e os problemas dos homens.
Representam os que vivem de olhos postos no céu, alheados da realidade concreta do mundo, sem vontade de intervir para o renovar e transformar.
No entanto, ser seguidor de Jesus, ser Sua testemunha, obriga a “regressar ao mundo” para testemunhar aos homens – mesmo contra ventos e marés – que a realização autêntica está no dom da vida.
Obriga-me, obriga-nos a “mergulhar” no mundo, nos seus problemas e nos seus dramas, a fim de dar o nosso contributo para o surgir de um mundo novo, um mundo mais justo e mais feliz.
A vivência da nossa fé, é um compromisso com Deus, que se faz amor, dando e dando-se aos outros.

Para a caminho desta semana eu Te peço Senhor:
Forças na aventura da fé. Porque a aventura da fé não me deixa repousar, pois em cada dia oiço a Tua voz “deixa a tua terra…”.
Forças na fidelidade à fé. Porque também me é dirigido o apelo “sofre comigo pelo Evangelho…”.
Nesta Quaresma Senhor quero aprender que conTigo, as trevas  que encontro na minha vida e que por vezes sou eu que as faço,  podem e devem ser Ressurreição.
Nesta Quaresma Senhor, quero reconhecer-Te em cada momento, por mais desfigurado que me pareça, até ao dia em que venhas transfigurar-me definitivamente.

13 de março de 2011

Vivendo a Quaresma - 1º Domingo


A Quaresma é um tempo sagrado para cada um de nós, aprofundar  o Plano de Deus e rever a nossa vida cristã.
Somos convidados pelo Espírito a fazer a experiência do deserto para nos fortalecermos nas TENTAÇÕES, que nos pretendem  afastar dos planos de Deus.

No início da nossa caminhada quaresmal, a Palavra de Deus convida-nos à “conversão” ou seja,  a recolocar Deus no centro da nossa existência, a aceitar a comunhão com Ele, a escutar as Suas propostas, a concretizar no mundo, no nosso mundo, os seus projectos.

A 1ª Leitura apresenta-nos  a tentação de Adão e Eva (Gen 2,7-9.3,1-7)

O autor sagrado não tem em mente fazer uma descrição histórica ou científica da criação, mas faz uma Catequese sobre a Origem do Mundo e da Vida.
- O Homem vem "da terra", mas recebe também o "sopro de Deus".
- Deus criou o homem para ser feliz, em comunhão com Deus  e indica-lhe o caminho da imortalidade e da vida plena.
- As escolhas erradas do homem,  destroem a harmonia no mundo e é a Origem do Mal.
Debruçemo-nos sobre algumas passagens do texto da 1ª Leitura.

"Jardim, plantas, água abundante": é o ideal de felicidade  desejado por um povo que vive os rigores da aridez do deserto.
"Árvore da vida": símbolo da imortalidade concedida ao homem.
"Árvore do conhecimento do bem e do mal": representa a auto-suficiência  de quem busca a própria felicidade longe de Deus.
"Nus": Despojados da dignidade inicial (viver nu é a condição dos animais).
"A Serpente": representa a Religião Cananéia, que cultuava a serpente. Por ela, os israelitas eram tentados a abandonar o caminho exigente da Lei.  É símbolo de tudo o que afasta os homens de Deus e de suas propostas.
Em resumo:
Deus criou o homem para a felicidade e para a vida plena.
No entanto o homem preferiu construir o "paraíso" a seu modo.
Rompendo com o projecto de Deus, "sentiu-se nu", despojado dos dons de Deus, incapaz de ser feliz.
A 2ª Leitura propõe-nos dois exemplos: Adão e Jesus. (Rm 5,12-19)

Adão representa o homem que escolhe ignorar as propostas de Deus e decidir, por si só, os caminhos da salvação e da vida plena;
Jesus é o homem que escolhe viver na obediência às propostas de Deus.
A acção de Adão gera egoísmo, sofrimento e morte;  a acção de Jesus gera vida plena e definitiva.
Hoje, exalta-se o individualismo e a auto-suficiência.
No entanto, onde nos leva esta cultura que prescinde de Deus e das suas propostas?
A mentalidade moderna faz surgir um homem mais feliz, ou tem potenciado a existência de homens  sem referências, fragilizados, dependentes, alienados?
Que estamos dispostos a fazer para que Deus volte a estar no centro da história?
O Evangelho fala das tentações de Jesus. (Mt 4,1-11)

Na sua quaresma, no DESERTO, Jesus é tentado três vezes a abandonar o plano de Deus e a procurar outros caminhos, mas Ele recusa, mantém-se fiel.
Os 40 dias simbolizam os 40 anos passados por Israel no deserto.
Jesus revive a experiência da fome e da confiança do povo na Providência divina.
Tentação da Abundância (do ter)

Jesus é tentado a transformar as pedras em pães, como no tempo do Maná.
Jesus vence a prova, demonstrando a necessidade essencial de alimentar-se da Palavra de Deus: "Nem só de pão vive o homem..."
Tentação do Prestígio

Jesus podia ter escolhido um caminho de êxito fácil, mostrando o seu poder através de gestos espectaculares, sendo admirado e aclamado pelas multidões.
Jesus rejeita todo o desejo de prestígio e afirma: "Não tentarás o Senhor teu Deus"
Tentação do Poder

Jesus podia ter escolhido um caminho de poder, de domínio.
No entanto, Jesus rejeita essa tentação, afirmando: "Só a Deus adorarás".
As três tentações apresentadas no Evangelho são três faces de uma única tentação:
ignorar as propostas de Deus e escolher um caminho pessoal.

Hoje somos tentados a esquecer as propostas de Deus e seguir outros deuses.
A Quaresma é um tempo favorável para rever quais são os ídolos, que adoramos no lugar de Deus e limitam as nossas decisões e opções.

As tentações continuam ainda...  Acontecem àqueles que querem seguir Jesus!
Qual é a minha (a nossa) atitude diante delas?

Deixar-me conduzir pela tentação dos bens materiais, do acumular mais e mais, do subordinar toda a vida à lógica do “ter mais”… é seguir o caminho de Jesus?
Olhar apenas para o meu  conforto, a minha comodidade, fechar-me à partilha, malbaratar os meus bens em coisas supérfluas… é seguir o exemplo de Jesus?

Usar Deus ou os Seus dons para saciar a minha vaidade, para promover o meu êxito pessoal,  para brilhar,  para dar espectáculo,  para levar os outros a baterem-me palmas… é seguir o exemplo de Jesus?

Procurar o poder a todo o custo (às vezes, entregando ao diabo os valores mais importantes e as minhas convicções mais sagradas) e exercê-lo com autoritarismo (quantas vezes humilhando e magoando os outros)… é seguir o exemplo de Jesus?

Em cada dia, decidimos viver. Decidimos comer, trabalhar, repousar.
Em cada dia, diante de tantas contrariedades, é preciso assumir, ultrapassar e decidir.
Em cada dia, nós baptizados, decidimos crer, rezar, viver segundo o Evangelho
Muitos, talvez até na nossa família, decidiram de modo diferente.
Nesta primeira semana da Quaresma, decidamos dar um passo em frente e ir ao encontro de Deus.
Com a liberdade dos filhos de Deus, caminhemos com Ele!

9 de março de 2011

Pó...

... nada mais que pó!

6 de março de 2011

4 de março de 2011

Parabéns Celso


Companheiro, um forte abraço de Parabéns para ti!!!

3 de março de 2011

Como é bom...


Como é bom estar de volta...

1 de março de 2011

Ghostbusters


Lembro-me perfeitamente desta série de desenhos animados... Para dizer a verdade a versão dos Gostbusters animadoa é bem melhor que a versão filme... Quanto a mim a versão filme deixa muito a desejar!
Salvo erro o que passou em Portugal foi uma versão dobrada em "brasileiro" onde o fantasma se chamava "géléia!...
Na altura eu sonhava ser um caçador de fantasmas...